05 junho 2016

Mágoas e afins: Como lidar?

Por: Bel Florindo e Mi Soares.


Você já se sentiu entalada? Já teve que engolir sua raiva ou mágoa, para não magoar os outros? Como lidar com as situações desconfortáveis que nos desestabilizam? Por que nem sempre botar para fora, é o melhor a se fazer? Devemos controlar nossas emoções ou simplesmente botamos para fora, sem ponderar o estrago que isso pode causar?

São inúmeras as perguntas, difícil mesmo, é encontrar respostas e manter o equilíbrio diante de algo que nos deixa completamente destemperados.

Frustração, raiva, decepção, tristeza... bater o pé, fazer beicinho, sair batendo porta, xingar...

São tantos os sentimentos e vontades ruins que vem à mente, quando enfrentamos situações indesejadas, que em alguns casos fica difícil administrar, chegando ao ponto de transbordar pelos olhos. E pensando bem, melhor assim, melhor transbordar pelos olhos que pela boca. Pois a palavra depois de proferida, o ato depois de consumado, não pode ser desfeito. A máxima, “Palavras, o vento leva”, não se aplica em todas as situações, e esta, uma vez dita não pode ser negada. Então cabe sempre a ponderação antes de dizer qualquer coisa que possa causar uma mágoa eterna. Aprender a não agir com cabeça quente, deixar a conversa ou discussão para o dia seguinte é o objetivo, devemos trabalhar nossos ímpetos para a cada dia, agir de forma mais sensata e harmoniosa; até por que, colocar energia demais em uma discussão, ou em algumas palavras mal citadas, ou ditas na hora e da forma errada, não nos leva a nenhum lugar.

Quando somos adolescentes não sabemos lidar com mágoas, apesar de nem todo adolescente ser rebelde, não há quem não tenha problemas com isso. Porém com o tempo, não nos permitimos afetar mais, parece que nosso instinto nos faz “domar” isso dentro da gente, de forma inconsciente até, quase que um processo natural. Exemplificando na prática, o tipo de coisa que depois dos 30 se torna irrelevante. Não nos importamos mais, com o que é dito de e para nós... sabe aquela frase: Fale mal, mais fale de mim. Então, é basicamente isso, até porque, depois de uma certa idade não nos cabe mais depender da opinião de terceiros, da aprovação então.... As indiretas em redes sociais, ah essas são ignoradas solenemente, do contrário nem dormiríamos a noite.


A capacidade de se colocar no lugar do outro e procurar entender suas motivações, é uma competência que precisa ser trabalhada e desenvolvida constantemente, seja no trabalho, na igreja, em família, não importa, se tem pessoas ao redor, se envolve lidar com diferentes tipos de personalidade, cabe compreensão e reflexão. A flexibilidade não é uma virtude de muitas pessoas, mas precisa ser trabalhada, desenvolvida, e com o tempo, com a chegada da maturidade acabamos nos tornando mais flexíveis; principalmente com quem está mais próximo de nós, aqueles com quem convivemos. Muitas vezes é preferível ocultar uma opinião, evitando entrar numa briga tola, do que alimentar algo que vá consumir nossas energias de forma ruim.

É um exercício difícil, parece aquele papo piegas de “perdoar setenta vezes sete”, (com todo respeito que a Bíblia merece...), mas na realidade trata-se apenas de você, do seu processo de amadurecimento, incluindo todas as suas fases, sejam elas boas ou ruins. Frustações fazem parte da vida, e é por meio delas que crescemos, não só como pessoa, mas profissionalmente também. E infelizmente ou felizmente, muito de nossa personalidade, vem de mágoas e derrotas que atravessamos na vida.

A reflexão se faz necessária, pois enquanto somos jovens, nossa capacidade de discernir o que precisa ser respondido e o que precisa ser abstraído, é completamente limitada e isso é um fato irrefutável. Porém, os anos passam e com o tempo, essa desculpa já não serve mais para justificar nossa imaturidade diante das adversidades, não somos mais crianças mimadas, chorando pelo sorvete ou pelo brinquedo não comprado, já temos idade para observar, aprender, entender e conciliar situações/mediar conflitos. Mesmo porque, nem sempre nos depararemos com facilidades, fórmulas prontas e exatas, cabe a nós decifrar os códigos da vida e da convivência de forma que sejamos respeitados, sem que percamos o respeito pelo outro e sua opinião.


Toda essa esfera nos afeta psicologicamente claro, somos mulheres, isso mexe e muito com nosso interior; magoa, mas acho que de fato o abalo serve mais para nos levar a uma reflexão, do que para ser cultivado. Não há como fugir de situações indesejadas, devido a isso chega um momento em que você precisa crescer, e decidir o que é relevante e o que não é, o que merece revanche e o que não merece sequer ser lembrado, o que precisa ser conversado e o que não precisa ser revivido. Permanecer no estado de ignorância diante do amadurecimento não é uma opção, mesmo porque, ele se dará, ainda que não seja o desejado.

E por fim uma nota importante, NÃO CULTIVE MÁGOAS. Não se permita perder um tempo precioso em que poderia estar aprendendo uma lição e transmitindo amor, pura e simplesmente por descontrole, por dar uma importância indevida, ao que te machucou. Seja superior! Supere e aprenda com isso, afinal, esta não será a primeira nem última vez, visto que o aprendizado, acontece do momento em que nascemos até o último dia de nossas vidas.

2 Comments:

Paloma Garcia Sousa said...

Adorei o texto! E esse final, é mega conclusivo!
😘

Unknown said...

Obrigada pelo carinho!

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