Por: Bel Florindo e Mi Soares.
Você
já se sentiu entalada? Já teve que engolir sua raiva ou mágoa, para não magoar
os outros? Como lidar com as situações desconfortáveis que nos
desestabilizam? Por que nem sempre botar para fora, é o melhor a se fazer?
Devemos controlar nossas
emoções ou simplesmente botamos para fora, sem ponderar o estrago que isso pode
causar?
São inúmeras as perguntas, difícil mesmo, é encontrar
respostas e manter o equilíbrio diante de algo que nos deixa completamente
destemperados.
Frustração, raiva, decepção, tristeza... bater o pé, fazer
beicinho, sair batendo porta, xingar...
São tantos os sentimentos e vontades ruins que vem à
mente, quando enfrentamos situações indesejadas, que em alguns casos fica
difícil administrar, chegando ao ponto de transbordar pelos olhos. E pensando
bem, melhor assim, melhor transbordar pelos olhos que pela boca. Pois a palavra
depois de proferida, o ato depois de consumado, não pode ser desfeito. A
máxima, “Palavras, o vento leva”, não se aplica em todas as situações, e esta,
uma vez dita não pode ser negada. Então
cabe
sempre a ponderação antes de dizer qualquer coisa que possa causar uma mágoa
eterna. Aprender a não agir com cabeça quente,
deixar a conversa ou discussão para o dia seguinte é o objetivo, devemos trabalhar
nossos ímpetos para a cada dia, agir de forma mais sensata e harmoniosa; até
por que, colocar energia demais em uma discussão, ou em algumas palavras mal
citadas, ou ditas na hora e da forma errada, não nos leva a nenhum lugar.
Quando somos adolescentes não sabemos
lidar com mágoas, apesar de nem todo adolescente ser rebelde, não há quem não
tenha problemas com isso. Porém com o tempo, não nos permitimos afetar mais,
parece que nosso instinto nos faz “domar” isso dentro da gente, de forma
inconsciente até, quase que um processo natural. Exemplificando na prática, o
tipo de coisa que depois dos 30 se torna irrelevante. Não nos importamos mais,
com o que é dito de e para nós... sabe aquela frase: Fale mal, mais fale de
mim. Então, é basicamente isso, até porque, depois de uma certa idade não nos
cabe mais depender da opinião de terceiros, da aprovação então.... As indiretas
em redes sociais, ah essas são ignoradas solenemente, do contrário nem
dormiríamos a noite.

A capacidade de se colocar no lugar do outro e procurar
entender suas motivações, é uma competência que precisa ser trabalhada e
desenvolvida constantemente, seja no trabalho, na igreja, em família, não
importa, se tem pessoas ao redor, se envolve lidar com diferentes tipos de
personalidade, cabe compreensão e reflexão. A
flexibilidade não é uma virtude de muitas pessoas, mas precisa ser trabalhada,
desenvolvida, e com o tempo, com a chegada da maturidade acabamos nos tornando
mais flexíveis; principalmente com quem está mais próximo de nós, aqueles com
quem convivemos. Muitas vezes é preferível ocultar uma opinião, evitando entrar
numa briga tola, do que alimentar algo que vá consumir nossas energias de forma
ruim.
É um exercício difícil, parece aquele papo piegas de
“perdoar setenta vezes sete”, (com todo respeito que a Bíblia merece...), mas
na realidade trata-se apenas de você, do seu processo de amadurecimento,
incluindo todas as suas fases, sejam elas boas ou ruins. Frustações fazem parte da vida, e é por meio delas que crescemos, não
só como pessoa, mas profissionalmente também. E infelizmente ou felizmente,
muito de nossa personalidade, vem de mágoas e derrotas que atravessamos na
vida.
A reflexão se faz necessária, pois enquanto somos jovens,
nossa capacidade de discernir o que precisa ser respondido e o que precisa ser
abstraído, é completamente limitada e isso é um fato irrefutável. Porém, os
anos passam e com o tempo, essa desculpa já não serve mais para justificar nossa
imaturidade diante das adversidades, não somos mais crianças mimadas, chorando
pelo sorvete ou pelo brinquedo não comprado, já temos idade para observar,
aprender, entender e conciliar situações/mediar conflitos. Mesmo porque, nem
sempre nos depararemos com facilidades, fórmulas prontas e exatas, cabe a nós
decifrar os códigos da vida e da convivência de forma que sejamos respeitados,
sem que percamos o respeito pelo outro e sua opinião.

Toda essa esfera nos afeta
psicologicamente claro, somos mulheres, isso mexe e muito com nosso interior;
magoa, mas acho que de fato o abalo serve mais para nos levar a uma reflexão,
do que para ser cultivado. Não
há como fugir de situações indesejadas, devido a isso chega um momento em que
você precisa crescer, e decidir o que é relevante e o que não é, o que merece
revanche e o que não merece sequer ser lembrado, o que precisa ser conversado e
o que não precisa ser revivido. Permanecer no estado de ignorância diante do
amadurecimento não é uma opção, mesmo porque, ele se dará, ainda que não seja o
desejado.
E por fim uma nota
importante, NÃO CULTIVE MÁGOAS. Não se permita perder um tempo precioso em que
poderia estar aprendendo uma lição e transmitindo amor, pura e simplesmente por
descontrole, por dar uma importância indevida, ao que te machucou. Seja
superior! Supere e aprenda com isso, afinal, esta não será a primeira nem
última vez, visto que o aprendizado, acontece do momento em que
nascemos até o último dia de nossas vidas.
2 Comments:
Adorei o texto! E esse final, é mega conclusivo!
😘
Obrigada pelo carinho!
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