14 agosto 2016

Donos da verdade e suas certezas absolutas.

Por: Bel Florindo e Mi Soares.


Ao longo da vida, nos deparamos com diversos tipos de personalidades, dentre tantas e diversificadas pessoas, tem sempre aquela que sente uma necessidade absurdamente doentia de se destacar entre os outros, aquela que se julga o ser mais importante do universo. Cuja opinião é uma verdade absoluta, que não pode jamais ser contrariada.

Pessoas que se enquadram dentro deste perfil, geralmente não admitem que se pense de forma diferente delas, não aceitam que existam diversos lados de uma mesma moeda e tampouco que não existe e nem nunca existirá verdade absoluta. Para elas ou o mundo é preto, ou é branco. E obviamente que quem não está com ela, está contra ela.
Os avanços na tecnologia e a democratização da informação, nos permite hoje, ter acesso a conteúdos, informações, opiniões e é claro achismos. Pessoas conseguem expressar suas verdades, únicas e absolutas, em tempo real, e sem a menor preocupação se aquilo afeta o outro de maneira positiva ou negativa.

“Quem se importa? É o que eu penso! ”, “Vivemos ou não em uma democracia? ”, “Temos direito a dar nossa opinião, se não gostou, só lamento. ”, “Ih, vai começar o mimimi...”

Quem nunca leu essas expressões, como argumentação em defesa de uma opinião? Pois é, a pessoa pensa algo, acredita que aquilo é de fato o certo, e sequer pensa no quanto aquilo pode ser ofensivo e agressivo para as outras pessoas. E porquê? Porque simplesmente o outro não importa, não conta, desde que eu tenha o direito de me expressar, desde que a minha verdade seja dita.
Diante de tantas questões, somos levados a pensar, o que estamos fazendo? O que estamos semeando? A troco de que semeamos tanto ódio e tanta discórdia, em nossas, nada humildes opiniões? Estamos na era onde muito se fala e pouco se sente. Muito se fala de religiosidade, mas pouco se sente disto. Muito se fala de espiritualidade, mas pouco se sente da mesma.

Andamos por aí jogando nossas frustrações e contrariedades nos outros, em forma de opiniões turvas, baseadas em sensos comuns igualmente turvos e dúbios. O que nos leva a perguntar: Para que tanta autoafirmação? O que de fato estamos tentando provar, quando queremos impor nossa opinião a outro ser que pensa diferente de nós?
Bem, o fato é que precisamos exercitar a empatia, precisamos mais do que nunca, aprender a lidar com o outro, admitindo suas falhas e limitações, precisamos ser complacentes com o outro e seus defeitos, assim como somos conosco. Ou por acaso saímos por aí fazendo autojulgamento e determinando nossos próprios erros como se fôssemos seres condenáveis que não carecem de defesa, que não precisam ser ouvidos? Definitivamente, não damos ao outro o mesmo tratamento que damos a nós mesmos. Aquela velha máxima, “Pimenta no olho dos outros, é refresco.”.

Tudo isso precisa servir para que busquemos uma evolução na forma de pensar e agir, que jamais tenhamos convicções imutáveis, pois essas tendem a nos induzir ao erro. Cuidado com seus excessos de certezas, com as necessidades extremas de expressar suas opiniões, principalmente quando esta se tratar de falta de respeito com o próximo. Tenha sempre em mente, que se você não é obrigado a aturar falta de respeito, o outro também não tem essa obrigação. Já dizia um sábio, “Na dúvida, não faça aos outros, aquilo que não quer que façam com você.”, não tem como dar errado.




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